quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Andar à toa quando se quer andar numa fona


Engraçado este livrinho que aqui tenho: "Elucidário de Conhecimentos quase Inúteis" de Roby Amorim. Ganhei-o numa quermesse da festa lá da aldeia. Ao folhear este livrinho, deparei-me com a origem da expressão "andar à toa". Todos conhecemos esta expressão. "Andar à toa" é usado quando andamos meio sem rumo, ou pelo menos, sem saber por onde vamos nem porquê. Com este livro precioso, descobri que a toa é uma corda ou tira de couro que serve para levar os animais a reboque. Assim sendo, o autor refere que andar à toa significa ser conduzido por alguém, sem noção do destino nem do motivo da viagem...

Sempre que usei esta expressão, nunca a interpretei desta forma, o que é muito interessante. Andar à toa era para mim, como andar à deriva. Claro que sem controlar o destino nem os motivos que nos levam a destoar. Mas, crendo nesta definição de toa, o modo como a frase pode ser empregue muda a olhos vistos. Ainda assim, andar à toa, da forma como eu interpretei, pode claramente ser o ir a reboque da própria vida, sendo ela a que segura essa toa e nos leva sem que tenhamos algo a dizer.

Como este livro é completo, na página seguinte tropecei no "andar numa fona". Convenhamos, esta frase é maravilhosa e pretende descrever aqueles que andam numa roda-viva ou numa grande azáfama, como diz o meu grande amigo Priberam. De acordo com o elucidário, a fona é sinónimo de faúlha. E é engraçado imaginar aquele bocado de fogo a voar e a trepidar em cima do lume-mãe e pensar nas pessoas que andam na sua roda-viva, como se o fogo lhes queimasse o real assento...

Se são conhecimentos quase inúteis, não sei, mas garanto que este tipo de informação é para mim uma delícia.

Nota: Este livro é das Edições Salamandra, de 1985. Foto da autora.

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